Por onde andaste toda a minha vida? Perdido em algum árido deserto algures na minha memória, perdido em algum oceano distante nos confins do meu coração, perdido ao vento e á chuva que assombraram a minha alma sem ti.
Onde estiveste? Preso em algum sonho surreal, seguro pela corda do amor mas tão distante quanto o brilho do teu olhar perdido...
Onde estiveste? Que paisagens contemplaste, que sabedoria acumulaste até chegares a mim, até me tornares rainha, de coroa enfeitada por rosas na primavera.
Que amarguras, paixão, te fizeram chorar, que alegrias te fizeram rejubilar, que desassossegos te fizeram caminhar até mim?
Quantas voltas teve o mundo que dar, quantos Invernos tiveram que passar, quantas estrelas nasceram e morreram, quantas luas cheias iluminaram e banharam a tua face morena, até seres meu? Demoraste? Porquê ? Que caminhos desbravaste por entre a selva do desejo e da vulgaridade até chegares aqui? Que medos abandonaste á deriva do teu ser?
Chegaste.
Tardaste.
És simplesmente a outra face da moeda onde eu eternamente habito.