domingo, 16 de agosto de 2009

Ilusion

Ele pensava desesperadamente aonde ela poderia estar agora. Naquele instante, sua imagem o consumia lentamente, provocando sensações que ele não podia e nem queria mais controlar. Estava escurecendo, o sol deixava um rastro de luz dourada e já estaria nascendo em outro lugar. Ela poderia estar ali olhando para o céu e pensando nele também. Sorriu lembrando da última vez que a viu e do pacto silencioso que fizeram. Não estariam juntos de novo por um longo tempo, sabiam disso. Sentiu de repente um frio que foi tomando conta do seu corpo aos poucos. Ficou imóvel, paralisado, sentindo o quando estava só. Nenhum outro pensamento que não fosse tê-la em seus braços o confortaria. Entrou em pânico com sua realidade, teria que arrumar um jeito de escapar para sobreviver. Teria que fingir e dissimular para si mesmo que ela não existia. Que não era importante. Foi para casa e depois de tomar uma garrafa de vinho, revirou na cama enlouquecido, tentando arrancar aquele sentimento de seu peito. Cansado, exausto de tanto sofrer, acabou adormecendo. Quando acordou já não se lembrava dela. Seu dia seguiu, como tantos outros. Fez tudo igual. Sentia um vazio inexplicável. O vazio de quem conheceu o amor verdadeiro. Mas, racional, afirmava para si mesmo que tudo aquilo era pura ilusão.

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