Nesse tempo estranho, duranto esse hiato de 1 ano sem a presença fisica do meu pai, tudo ficou diferente.
Mesmo sentindo a força que ele me deu e continua dando desde o momento em que soubemos que era "grave" ainda me pego atônita com sua não existência. Sim, porque ele não está mais lá em casa e eu nem posso mais ligar pra ele pela manhã só para checar se está tudo bem e dizer o quanto eu o amava. Eu tenho a ilusão de que consegui salvá-lo algumas vezes. Com minhas rezas, minhas velas, meus santos, meus pedidos desesperados, minhas promessas mais ambiciosas. Mas ano passado não deu. Chegou o grande dia. A hora inevitável, e ele se foi. Simples, como ele queria. Na verdade, foi tudo muito rápido. Meu pai não ofereceu resistência, quando nos despedimos eu disse que a gente nunca iria estar longe só porque ele estaria "do outro lado". Pude sentir, ali na hora, como isso o aliviou, eu estava fazendo o impossível e o liberando para que acontecesse o que fosse o melhor para ele. O que me salvou no meio daquele pesadelo foi pensar nisso. E então, durante esse último ano, tive o privilégio de ter muitos sonhos com meu pai. Na verdade eu acredito de todo coração que acompanhei parte dessa jornada dele, estive com ele em alguns momentos importantes... No último sábado nos encontramos. (eu pedi por isso) E ele veio me ver. Eu estava num lugar, numa casa talvez, não identifiquei onde era. Ele abriu a porta e entrou, estava lindo, de camisa branca e calça azul. Me olhou nos olhos com todo amor que há no mundo. Eu tive uma sensação absurdamente real e nos abraçamos. E eu imediatamente comecei a dizer pra ele inconformada, "Pai, mas eu sei que é um sonho! Sei que estou sonhando e que isso está acontecendo aqui neste lugar!" Meu pai me olhava e sorria como se não pudesse dizer nada, mas entendi que ele "naquele estado" havia compreendido muito mais, coisas que adoraria, mas não poderia me contar. Isso era tarefa minha e viria na medida da minha evolução e por mérito. Ele me compreendia como nunca antes havia conseguido e eu pude sentir através de cada uma das palavras com que descrevo aqui o acontecido. É muito difícil passar a emoção que foi tudo isso, não sei se consegui. Temos que seguir em frente e encarar a vida, afinal é normal os filhos enterrarem os pais. É natural como a vida. E como a vida dói.
Mesmo sentindo a força que ele me deu e continua dando desde o momento em que soubemos que era "grave" ainda me pego atônita com sua não existência. Sim, porque ele não está mais lá em casa e eu nem posso mais ligar pra ele pela manhã só para checar se está tudo bem e dizer o quanto eu o amava. Eu tenho a ilusão de que consegui salvá-lo algumas vezes. Com minhas rezas, minhas velas, meus santos, meus pedidos desesperados, minhas promessas mais ambiciosas. Mas ano passado não deu. Chegou o grande dia. A hora inevitável, e ele se foi. Simples, como ele queria. Na verdade, foi tudo muito rápido. Meu pai não ofereceu resistência, quando nos despedimos eu disse que a gente nunca iria estar longe só porque ele estaria "do outro lado". Pude sentir, ali na hora, como isso o aliviou, eu estava fazendo o impossível e o liberando para que acontecesse o que fosse o melhor para ele. O que me salvou no meio daquele pesadelo foi pensar nisso. E então, durante esse último ano, tive o privilégio de ter muitos sonhos com meu pai. Na verdade eu acredito de todo coração que acompanhei parte dessa jornada dele, estive com ele em alguns momentos importantes... No último sábado nos encontramos. (eu pedi por isso) E ele veio me ver. Eu estava num lugar, numa casa talvez, não identifiquei onde era. Ele abriu a porta e entrou, estava lindo, de camisa branca e calça azul. Me olhou nos olhos com todo amor que há no mundo. Eu tive uma sensação absurdamente real e nos abraçamos. E eu imediatamente comecei a dizer pra ele inconformada, "Pai, mas eu sei que é um sonho! Sei que estou sonhando e que isso está acontecendo aqui neste lugar!" Meu pai me olhava e sorria como se não pudesse dizer nada, mas entendi que ele "naquele estado" havia compreendido muito mais, coisas que adoraria, mas não poderia me contar. Isso era tarefa minha e viria na medida da minha evolução e por mérito. Ele me compreendia como nunca antes havia conseguido e eu pude sentir através de cada uma das palavras com que descrevo aqui o acontecido. É muito difícil passar a emoção que foi tudo isso, não sei se consegui. Temos que seguir em frente e encarar a vida, afinal é normal os filhos enterrarem os pais. É natural como a vida. E como a vida dói.
Conseguiu, Cris. E vai conseguir sempre, Muralha.
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