Não existe nada que me faça lembrar de quem eu fui.
Em tão pouco tempo tudo se desfez aqui dentro.
Nos meus sonhos não reconheço mais teu rosto.
As vezes acho que escuto tua voz me chamando,
mas num segundo esqueço tão familiar som.
Não sobraram tuas fotos.
E as cartas não são mais a mim endereçadas.
Não estou aqui.
Existo em outro lugar.
Mais distante,
calmo
e sereno.
Aceito a minha companhia com uma certa resistência,
apreensiva com quem eu vou encontrar.
Me faço perguntas,
mas não tenho pretensão alguma com as respostas.
Elas que aguardem meu sinal, se quiserem esperar por mim.
Pouco me importa.
Nada me importa.
Encaro esse deserto me sentindo rica,
sei de sua beleza árida e inestimável.
E mesmo relutando em me aceitar,
sei que se preparou para mim,
Achando que estava igual,
me sinto totalmente indiferente.
E deserta.
domingo, 11 de outubro de 2009
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