Os letreiros diziam que aquele era um filme romântico.
Ela entrou no cinema sozinha. Procurou uma poltrona afastada. Pretendia se proteger de uma possível companhia. Assim que o filme começou, toda aquela luz refletia em seu rosto, deixando-a ainda mais bonita. O filme era protejetado ali, naquelas retinas. E seus olhos vertiam lágrimas, na medida em que se indentificava com a história. Se achou parecida com a mocinha a princípio, lembrou daquele tempo em que o amor esteve ali ao seu lado e de tantas trocas possíveis. Sem virar a cabeça, tentou perceber se alguém tinha notado seu descontrole. Sua respiração estava ofegante, seu coração disparado. Se sentiu confusa com o rumo que a história havia tomado na tela e em sua vida. De repente, passou a se identificar com o rapaz, que na tela espera dentro do carro pela decisão da moça. A decisão que os separaria ou os uniria para sempre. Lembrou da última vez que viu aquele rosto tão familiar. Queria abandonar o filme ali, intuía o final.
domingo, 8 de novembro de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário