quinta-feira, 28 de junho de 2012

Dedicatória de Baudelaire em Paraísos Artificiais










À J.G.F.

Minha cara amiga,
O bom senso nos diz que as coisas da terra não existem inteiramente e que a verdadeira realidade só é encontrada nos sonhos. Para digerir a felicidade natural, como a artificial, é preciso, antes de tudo, ter a coragem de engoli-la e os que talvez merecessem a felicidade são justamente aqueles a quem a felicidade, tal como a concebem os mortais, sempre teve o efeito de um vomitivo.
Aos de espírito néscio parecerá estranho, e mesmo impertinente, que um quadro de volúpias seja dedicado a uma mulher, a mais comum das fontes das mais naturais volúpias. Entretanto, é evidente que, como o mundo natural penetra no espiritual, serve-lhe de alento, e concorre, desta forma, a operar esta amálgama indefinível que chamamos de nossa individualidade, a mulher é o ser que projeta a mais negra sombra ou a mais clara luz em nossos sonhos. A mulher é fatalmente sugestiva: ela vive uma outra vida que não a sua; ela vive espiritualmente nas imaginações que ela própria povoa e fecunda.
Importa muito pouco, além disso, que seja compreendido o motivo desta dedicatória. É realmente necessário, para o contentamento do autor, que um livro seja compreendido, exceto por aquele ou aquela para quem ele foi composto? Afinal de contas, é indispensável que haja sido escrito por alguém. Quanto a mim, tenho tão pouco gosto pelo mundo vivo que, semelhante às mulheres sensíveis e ociosas que enviam, comenta-se, pelo correio, suas confidências a amigos imaginários, com prazer escrevia para os mortos.
Mas não é a uma morta que dedico este pequeno livro; é a uma que, embora doente, está sempre ativa e viva em mim e que agora volta todos os seus olhares ao Céu, este local de todas as transformações. Pois, tanto quanto de uma droga perigosa, o ser humano goza do privilégio de poder tirar novos e sutis prazeres da dor, da catástrofe e da fatalidade.
Você verá neste quadro um caminhante sombrio e solitário, imerso na corrente das multidões,que remete seu coração e seu pensamento a uma Electra longínqua que há algum tempo enxugava sua fronte banhada de suor e refrescava seus lábios percorridos pela febre; e você perceberá a gratidão de um Orestes cujos pesadelos você sempre velou e de quem dissipou, com mão leve e maternal, o sono aterrorizador.

terça-feira, 19 de junho de 2012

My Name



Why don't you ask me
How long i've been waiting
Set down on the road
With the gunshots exploding
I'm waiting for you
In the gloom and the blazing
I'm waiting for you
I sing like a slave i know
I should know better
I've learned all my lessons
Right down to the letter
And still i go on like this
Year after year
Waiting for miracles
And shaking with fear

Why don't you answer
Why don't you come save me
Show me how to use
All these things
That you gave me
Turn me inside out
So my bones can save me
Turn me inside out

You've come this close
You can come even closer
The gunshots get louder
And the world spins faster
And things just get further
And further apart
The head from the hands
And the hands from the heart

One thing that's true
Is the way that i love him
The earth down below
And the sky up above him
And still i go on like this
Day after day
Still i go on like this

Now i've said this
I already feel stronger
I can't keep waiting for you
Any longer
I need you now
Not someday
When i'm ready
Come down on the road
Come down on the road

My name my name
Nothing is the same
I won't go back
The way i came